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QUEM QUER SER PROFESSOR NO BRASIL?


 

A qualidade de um sistema de educação jamais excede a qualidade dos seus professores. (Andreas Schleicher, diretor para a educação da OCDE).


 

O jornal "A Gazeta" de 31 de dezembro de 2010 publicou artigo de Arnaldo Niskier com o título "Tragédia ou desafio?". Nele o educador comenta os resultados do Pisa- 2010 ( Programa Internacional de Avaliação de Alunos), comparando o resultado da China com o do Brasil:

Há muito tempo, a China era considerada uma das nações mais atrasadas do mundo. População imensa e ensino de baixa qualidade eram responsáveis por isso. Agora, entre os 65 participantes do Pisa (exame internacional de avaliação de alunos de 15 anos de idade), a China alcançou o primeiro lugar com 556 pontos, nos testes de conhecimentos em leitura, matemática e ciências. Isso não é milagre, mas um esforço consciente (NISKIER, 2010,
p.6)
(o grifo é nosso).

E apresenta o resultado obtido pelo Brasil: 53º lugar entre os 65 participantes, atrás de países como Chile, Colômbia e Trinidad e Tobago. E indaga: "Isso representa tragédia ou desafio?", informando que, "para alguns analistas, crescendo devagar, como está acontecendo, será difícil chegar perto das nações mais desenvolvidas"(NISKIER, 2010, p.6).

No dia 25 de março de 2011, mais uma notícia demonstrando que, realmente, ou os resultados em educação, no Brasil, crescem devagar, ou, pior ainda, "andam para trás". O título da reportagem, "Ensino ladeira abaixo", apresenta os resultados do Paebes ( Programa de Avaliação da Educação Básica do Espírito Santo), que avalia os alunos do 1º e 2º anos, 5º e 9º anos do ensino fundamental, e 1º e 3º ano do ensino médio, do Estado do Espírito Santo. Foram mais de 243 mil alunos avaliados nas disciplinas Língua Portuguesa e Matemática e classificados de acordo com a escala: avançado, proficiente, básico e abaixo do básico. Os resultados divulgados foram os seguintes:

Enquanto nos 1º e 2º anos do ensino fundamental, os alunos alcançaram o nível de proficiência, considerado dentro da média para a série, nos 5º e 9º anos, eles alcançaram apenas o nível básico – abaixo do proficiente. E a avaliação continua piorando ao longo das séries. No 1º ano do ensino médio, a média do desempenho nas disciplinas Língua Portuguesa e Matemática chegaram a melhorar, mas os alunos também não conseguiram sair do nível básico de conhecimento (A Gazeta, 25 mar. 2011, p. 3).

Como sempre, ações foram definidas (?) para que haja melhoria nos índices educacionais: Plano Estadual de Formação de Professores e intervenção pedagógica, mediante o lançamento do segundo guia de orientações voltado para as escolas. No entanto, o bônus anunciado em 2009 e que deveria ser pago em 2010 só deverá ser pago em meados deste ano. Para o secretário Estadual de Educação , Klinger Barbosa Alves, os resultados retratam a situação do ensino médio no País: "Há um acúmulo de deficiências ao longo dos anos. Se o aluno não sai bem do ensino fundamental, não entra bem no ensino médio e, consequentemente, não chega bem à faculdade"( A Gazeta, 25 mar. 2011, p. 3).

Nesse mesmo contexto de resultados, pouco ou não satisfatórios, na área educacional do país, o jornal "A Gazeta" de 13 de março já publicara na coluna de Elio Gaspari, o artigo "A lista em que falta o Brasil", noticiando que o semanário inglês "THE" (Times Higher Education) divulgou a lista das cem melhores universidades do mundo, e, "cadê o Brasil? Micou e não ficou sequer entre as duzentas"(GASPARI, 2011, p.29). Mais um ponto em que o País regride, já que, no ano de 2009, a Universidade de São Paulo (USP) foi classificada em 92º lugar. E pior: dos países que compõem o BRIC, apenas o Brasil ficou de fora: a China teve incluídas 5 instituições e a Índia e a Rússia, uma instituição cada um.


 

Temos apresentado neste blog artigos que tratam dos resultados obtidos pelo Brasil, e em especial pelo Espírito Santo, em exames nacionais e internacionais (Ideb, Enem, Saeb, Pisa), verificando-se, em todos eles, ou um crescimento irrisório ou decréscimo nos resultados obtidos, ano após ano. E soluções sempre são propostas sem que os bons resultados sejam alcançados.

Soluções caseiras ou de pouca densidade, positivamente, não irão modificar em curto prazo esse quadro melancólico. Conviria que nossos técnicos procurassem estudar as soluções encontradas pelos países que se encontram à frente. Seguramente terão grandes surpresas. Eis o desafio (NISKIER, 2010, p.6) ( o grifo é nosso).

Além de outros problemas que afetam a educação nacional, como a distorção idade/série verificada em todas as etapas da educação básica, o número de adolescentes fora da sala de aula, os altos índices de reprovação e evasão, a questão da qualidade da instrução deve ser questionada, até porque ela por si só seria capaz de resolver os outros problemas elencados. A preocupação com o cumprimento do preceito constitucional da oferta da educação básica obrigatória e gratuita (art. 208, I) não pode deslocar o foco do artigo 206, VII que enuncia como um dos princípios do ensino a "garantia de padrão de qualidade".

Recentemente, um trabalho realizado pela Consultoria Mc Kinsey & Company, que assessora empresas e governos, com o título "Como os melhores sistemas de ensino continuam a melhorar", concluiu que todos os países, ricos ou pobres, localizados em qualquer canto do mundo, podem conquistar uma educação de excelência, desde que as soluções adotadas sejam as mais adequadas e que eles saibam esperar pelos resultados. E segundo o estudo, não é necessário esperar muito (KATULO, 2010). O Relatório, elaborado em 2010, dá continuidade à análise realizada em 2007 no relatório "Como os sistemas escolares de melhor desempenho chegaram ao topo".

O primeiro estudo, com relatório lançado no ano de 2007, foi coordenado por Mona Mourshed, doutora em desenvolvimento econômico pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e estudiosa das reformas educacionais. Durante um ano, uma equipe comandada por ela entrevistou mais de 200 pessoas e visitou 120 escolas em 20 países, escolhidos entre aqueles que se encontravam no topo dos resultados em educação, como Cingapura, Coréia do Sul e Finlândia, objetivando desvendar as ações realizadas em comum pelos sistemas escolares desses países. Para a pesquisadora, tal como o desafio de Arnaldo Niskier, outros países poderiam se beneficiar dessas experiências exitosas.

Foram sete as medidas comuns adotadas e, a maioria delas, gira em torno da valorização da carreira do professor. São elas, segundo Pereira (2007):

- Só os melhores ensinam e a seleção inicia-se no ingresso do futuro professor nas faculdades de educação. Só os melhores são selecionados. Só têm acesso a faculdades de educação aqueles 10% com o melhor boletim nos estudos anteriores. Além do aspirante às faculdades de educação ter que estar entre os melhores alunos, ele ainda passa por provas, entrevistas e aulas demonstrativas avaliadas por especialistas, evitando-se, assim, o desperdício de dinheiro, ao mesmo tempo em que contribui para aumentar a qualidade dos cursos e valorizar a carreira do professor. O estudo concluiu que "poucos fatores influenciam tanto a qualidade do ensino em um país quanto o nível de seus professores – daí a relevância de recrutar os mais talentosos"(PEREIRA, 2007);

-Para cada estudante de pedagogia, um tutor: Em todos os países estudados, nenhum professor se forma antes de fazer um estágio em sala de aula, com acompanhamento de professores experientes em todas as funções desempenhadas, desde o planejamento até a avaliação. Além disso, esses tutores têm a função de avaliar o desempenho do aspirante a professor, corrigindo as possíveis falhas e orientando a sua correção;

-Tornar atraente a carreira do professor: Nesse caso, houve a junção de duas medidas: a primeira foi igualar o salário inicial dos professores ao salário de outras carreiras, atraindo, assim, os alunos mais brilhantes para as faculdades de educação. E isso foi feito sem aumentar nenhum centavo nas verbas destinadas à educação. Os países, entre eles a Coréia do Sul e Cingapura, conseguiram mais dinheiro para investir nos salários dos professores iniciantes, aumentando o tamanho das turmas, diminuindo, assim, o número de professores necessários. Isso foi feito com consulta a pesquisas que apontam que turmas maiores não prejudicam o ensino. Outro fator que impulsionou a procura pela carreira de professor foi a implantação de sistemas meritocráticos, nos quais os melhores têm melhores salários, mais responsabilidades e podem vislumbrar a possibilidade de ocuparem outras funções além a de professor;

- MBA para os diretores: Para a implementação dessa medida, a máxima adotada pelos países que figuram no topo dos resultados educacionais é que quanto mais eficiente o diretor, melhor é o ensino da escola. Todos os diretores só passaram a ocupar o cargo depois de passar por um curso preparatório, uma espécie de MBA. As suas ações não levam em conta a intuição e sim a experiência adquirida mediante estágios em grandes empresas, em que precisam provar que são capazes de traçar metas, cobrar resultados e estimular uma equipe;

-Auditoria na sala de aula: Em todos os países que fizeram parte do estudo, é comum que as escolas passem por avaliações periódicas, realizadas por especialistas que fazem auditorias a exemplo daquelas realizadas regularmente em empresas. Durante as avaliações, esses especialistas assistem a aulas, avaliam a infraestrutura das escolas, entrevistam alunos e professores, observam o trabalho desenvolvido por toda a equipe, inclusive pelo diretor. O resultado dessas auditorias não se limita a elaboração de relatórios descritivos, mas também a um conjunto de recomendações para a melhoria do trabalho realizado, que pode incluir até a demissão de um diretor ineficiente.

-Roteiros para ensinar: Todos os países estudados possuem um currículo oficial, com objetivos bem definidos e exigentes, possibilitando ao professor avaliar objetivamente o nível dos alunos, suas conquistas e defasagens.

-Aula particular de graça: Nas escolas públicas de países como a Finlândia, o combate à reprovação foi efetivado mediante a implantação de aulas de reforço aos alunos que apresentavam problemas de aprendizagem, com a designação de professores específicos para a função. Não existe reclamação para o desempenho da função, uma vez que o professor ganha mais por isso, recebe treinamento durante um ano para a função e tem apoio de um psicólogo para lidar com os casos mais difíceis. E não são poucos os alunos que frequentam essas aulas particulares: são cerca de 30% do total de alunos. Para os países que adotam essa sistemática, a decisão de investir nas aulas particulares só trouxe resultados positivos. No caso da Finlândia, cada aluno que repetia o ano custava em torno de 20.000 dólares aos cofres públicos. Ao fazerem as contas, os especialistas concluíram que custava menos pagar pelo reforço escolar.

No segundo estudo, "Como os melhores sistemas de ensino continuam a melhorar", divulgado em dezembro de 2010, foram analisados vinte sistemas de ensino em todo o mundo, divididos em quatro grupos: fracos, satisfatórios, bons e excelentes, todos com níveis de desempenho em evolução positiva., investigando-se como cada um deles conseguiu obter ganhos significativos nos resultados educacionais, considerando-se os resultados dos seus alunos medidos por exames nacionais e internacionais. O Estado de Minas Gerais fez parte da amostra, como um sistema de ensino que está avançando de fraco para satisfatório.

O objetivo, segundo o estudo, era entender como um sistema escolar de baixo desempenho pode tornar-se bom, e como um sistema bom pode atingir a excelência.

Mais uma vez, o estudo comprova que o professor é o principal responsável pelo sucesso da aprendizagem. A qualidade da sua prática poderá definir o sucesso ou o fracasso do aluno. O investimento principal, portanto, é no professor: na capacidade de atrair os melhores para a profissão e de prepará-los adequadamente para o desafio. Portanto, quando se discute educação, é impossível não incluir nessa discussão o professor, sua formação e a qualidade do seu trabalho. Vários estudos têm demonstrado que "a qualidade dos professores é um dos mais importantes preditores do desempenho acadêmico dos estudantes"(LOUZANO, 2010, p. 545). Sanders e Rivers (1996, apud Louzano, 2010, p. 545) constataram que alunos com capacidades e níveis iniciais de desempenho semelhantes podem ter resultados diversos, dependendo do professor que os acompanha, em dois anos consecutivos. E a qualidade da educação passa, necessariamente, pela avaliação dos seus resultados. Ora, não podemos considerar que o professor cumpriu o seu papel, se os resultados obtidos são insatisfatórios. E, comparando as medidas adotadas pelos países que estão no topo dos rankings da educação com a situação do Brasil, podemos avaliar claramente o porquê dos resultados que temos obtido ano após ano.

Em primeiro lugar, analisemos a situação salarial do professor, comparando com a de outros profissionais. Levamos em consideração, para verificar a atratividade da "carreira" de professor, anúncios de concursos publicados no jornal "A Gazeta". Vejam bem:

No jornal do dia 28 de janeiro de 2011, a notícia: "Piúma vai contratar professor temporário". E o primeiro parágrafo do texto:

A Prefeitura de Piúma, município que fica no Litoral Sul do Espírito Santo, vai contratar professores temporários. Os salários variam de R$ 540 a R$ 810,48, de acordo com o cargo escolhido.

Na mesma página, outra notícia sobre o tema: "Salários de até R$ 4,2 mil na
Assembleia". E o primeiro parágrafo da notícia:

A Assembleia Legislativa vai abrir concurso público para diversos cargos. Os salários vão variar de R$ 1.402 a R$ 4.227.

"A Gazeta" de 7 de fevereiro de 2011 trouxe notícias sobre concursos públicos que permitirão avaliar com maior nitidez a situação dos salários dos professores em comparação com a de outros profissionais. Vejam: a primeira notícia, aliás em destaque: "Guarapari abre concurso público":

A Companhia de Melhoramentos e Desenvolvimento Urbano de Guarapari vai abrir concurso público para preencher 211 vagas em cargos de nível
fundamental. Os salários vão de R$ 648,77 a R$ 1.246,19.

Dentro do mesmo anúncio, um subitem: "Professor":

As inscrições para o processo seletivo do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes) seguem até quarta-feira, dia 9. São sete vagas para professores substitutos nas unidades de Vitória e Guarapari. Os salários variam de R$ 1.536,46 a R$ 3.678,74.

Para que os leitores possam fazer a comparação, vamos acrescentar, apesar de não estar publicado, que o primeiro valor do salário para o Ifes é para pessoas com curso de graduação e o segundo para portadores do título de Doutor.

O jornal do dia 10 de fevereiro repetiu a notícia sobre o concurso do Ifes, mas para Cachoeiro de Itapemirim e Colatina e, ao lado dela, a seguinte: "Oportunidades no TRT do Rio".

O Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (Rio de Janeiro) vai abrir concurso para preencher 63 vagas em cargos de nível médio e superior. São 22 vagas para técnico
judiciário (R$ 4.984,68) e 41 para analista judiciário (R$ 6.611,39).

O funcionário de nível médio do TRT receberá mais que o professor com doutorado do Ifes, e o de nível superior, quase o dobro!

No dia 24 de março, a divulgação da contratação de professores para o Ifes para a unidade de Colatina. Ao lado dela, "Salários de até R$ 5,4 mil em Ibiraçu". Aliás, no "miolo" da notícia o salário divulgado é de R$ 5.497,52. Ao lado, uma outra: "Infraero vai
realizar novo concurso". A seleção é para cargos de nível médio e superior, com salários que vão de R$ 1.924 a R$ 7.839.

No dia 23 de março, no mesmo jornal, a divulgação de outro concurso da Infraero ( "Infraero inscreve até dia 8 de abril"). Dessa vez, a oferta de 93 vagas de nível superior, com salário de R$ 7.086,68.

Alguns dos outros concursos divulgados nos últimos meses:

"A Gazeta" de 12 de fevereiro: "Vagas para auditor fiscal no Rio", com exigência de curso superior, com salário inicial de R$ 9.927,00. Na mesma página, "Chance para
oficial na Transpetro", "com salário básico de R$ 2.731,32, com garantia de remuneração mínima de R$ 7.620,93".

E mais no dia 5 de fevereiro: "Salário de R$ 23,8 mil em seleção do Senado". Para os cargos de nível médio, salários de R$ 13.833,64, cargos de nível superior, R$ 18.440,64. Para consultor e advogado, os rendimentos são de R$ 23.826,57.

Portanto, se considerarmos a questão salarial, vemos que a "carreira" de professor não é nada atrativa. E quem quer ser professor no Brasil? Será que com essas informações acima, a "carreira" de professor tem conseguido atrair os melhores alunos?

A Confee – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino publicou em seu site (http://www.contee.org.br/noticias/educacao/nedu1305.asp) o artigo "Mec traça o perfil de quem quer ser professor no Brasil" ( CONTEE, 2009). Segundo ele, o Ministério da Educação concluiu, com base em dados do Enem, que "o brasileiro que pretende ser professor é mulher, estudante de escola pública, renda familiar de até dois salários mínimos, tem mãe que nunca estudou, e tirou nota 20 no exame". Segundo o artigo, não é possível responder exatamente se o Brasil tem conseguido selecionar os melhores alunos para serem professores, mediante essa pesquisa. Mas, "existem evidências de que a carreira do magistério não está conseguindo atrair os melhores candidatos" e que é "pouco provável que o País esteja selecionando os professores entre os melhores alunos".

Outro estudo, realizado pela Fundação Victor Civita, no ano de 2009, investigou a atratividade da carreira docente no Brasil sob a ótica de alunos concluintes do ensino médio. Apesar do estudo não representar a heterogeneidade do Brasil, não permitindo, assim, generalizações, segundo os autores, ele dá pistas e levanta hipóteses que devem ser exploradas adequadamente. De qualquer forma, as conclusões não são nada animadoras!

A pesquisa envolveu 1.501 alunos de escolas públicas e privadas de cidades de grande ou médio porte, das diferentes regiões do país. Foram envolvidas no estudo oito cidades e dezoito escolas.

Indagados sobre suas percepções sobre a profissão de professor e sobre o trabalho docente, não houve grandes divergências entre as opiniões dos alunos das escolas públicas e das particulares: eles enumeram aspectos positivos e negativos e concordam que é uma profissão complexa, porque exige ouvir e fazer o outro se envolver no processo ensinoaprendizagem. Para eles, ser professor é trabalhar muito, ser mal remunerado, não ter reconhecimento social, apesar de enfatizarem a importância da profissão como uma "função nobre" e "fundamental para a formação do indivíduo". Idealizam o professor da escola particular, por serem mais motivados e melhor remunerados, da mesma forma que consideram os alunos das escolas privadas mais educados. Alguns enxergam a docência não como uma profissão, mas como sacerdócio, uma missão a ser realizada. Enfim, para ser professor é preciso gostar muito, ter vocação.

Apesar de considerarem a profissão de professor "nobre", ao serem indagados sobre a possibilidade de escolher a docência como profissão, apenas 2% dos alunos indicaram, como primeira opção de ingresso no ensino superior, o curso de pedagogia ou alguma outra licenciatura. Desses, 87% são alunos de escolas públicas, e, apenas 16% têm pai com escolaridade em nível de ensino superior e 32% em nível de ensino médio completo. Do total, 77% são do sexo feminino.

Entre os alunos que não querem ser professor, 31% dos pais têm curso superior e 24% o ensino médio completo.

O estudo analisou, ainda, a lista de carreiras mais procuradas de acordo com a escola que o aluno estuda. Nas escolas públicas, o curso de Pedagogia apareceu em 16º lugar nas preferências. Nas particulares, no 36º. Quanto as licenciaturas, na rede pública, a preferência ocupa o 24º lugar na rede pública e o 37º na rede privada de ensino.

Independentemente do tipo de escola, para os alunos, o nível de ensino menos atrativo é o das séries iniciais do ensino fundamental, e, nas escolas particulares, a rejeição à profissão é ainda mais gritante, quando a referência é ao curso de Pedagogia.

32% dos alunos pesquisados declararam já ter pensado, em algum momento, em ser professor.

Entre os alunos que não escolheriam a profissão docente, 19% dos que já pensaram em ser professor e 56% dos que não pensaram indicaram como um dos fatores a falta de identificação pessoal, enquanto 40% e 21%, respectivamente, indicaram a má remuneração.

Ao serem questionados sobre a opinião de familiares e amigos, caso a sua escolha como profissão fosse a de professor, verificou-se que os pais, principalmente, teriam dificuldades em aceitar essa opção, opinião expressada mais vezes por alunos das escolas particulares. A questão de que poucos querem assumir a profissão e de que poucos pais ficariam contentes por ser essa a opção dos seus filhos é também discutida pelos alunos, com a preocupação de que, com a escassez de candidatos, a profissão estaria fadada ao desaparecimento:

Hoje em dia, quase ninguém quer ser professor. Nossos pais não querem que nós sejamos professores, mas eles querem que existam bons professores. Mas como é que vão existir bons professores se meu pai não quer, o dela não quer, não quer...? Como é que vai ter professores? Aí fica difícil, não é? (Cláudia, escola pública, Feira de Santana).

O estudo destaca, ainda, a observação da mudança do perfil daqueles que buscam a profissão de professor. E indaga: "A esse respeito questiona-se: a escolha pela docência, por jovens das classes C e D, é realmente uma opção? Ou é uma opção por descarte, quase uma desistência do que esse jovem realmente gostaria de fazer"

E complementa:

Há uma forte tendência de considerar que a escolha se dê por descarte por se tratar de cursos baratos, aligeirados, de fácil acesso e, portanto, viável não só do ponto de vista econômico, mas também das exigências de natureza acadêmica ( FUNDAÇÃO VICTOR CIVITA, 2009, p. ).

Entretanto, reconhece que existem muitos jovens das classes populares que escolhem a profissão não por descarte, mas por considerarem que estão exercendo uma profissão que pode contribuir para uma mudança da realidade.

Mas, consideramos importante citar a opinião, destacada no estudo, que resume o pensamento de muitos alunos de escolas privadas que consideram a profissão de docente como destinada a pessoas de menor poder aquisitivo:

É diferente de você fazer essa pesquisa... Eu acho que talvez vocês não vão escutar exatamente isso nos alunos de escola pública, porque às vezes prá uma mãe que, digamos, que é empregada doméstica e o pai, não sei, é motorista de ônibus, pro filho ser professor, é uma coisa assim..., isso já é maravilhoso, entendeu? Então assim, é muito comparativo, os nossos pais querem que a gente tenha mais dinheiro do que eles, assim como os pais dos alunos de escola pública querem que eles ganhem mais dinheiro do que eles, mas talvez o fato de ser professor já supra isso.

Eu acho que o que a gente acaba gerando é um ciclo vicioso, porque quem acaba sendo professor é de nível mais baixo. São as pessoas que vieram de lugares mais baixos e isso acaba como um ciclo porque essas pessoas nunca vão... nunca vão assim... é, no geral nunca vão ter mais dinheiro pra poder passar uma mentalidade diferente pros seus filhos, então se acaba num ciclo. Não muda (Camila, escola particular, Fortaleza).

E os autores da pesquisa interpretam a opinião da aluna, afirmando

Em síntese, seu alerta é para o fato de que, se os que vão ser professores são sempre os alunos da escola pública, a qualidade da educação dificilmente melhoraria. O que sustenta essa compreensão é a percepção de que o ensino privado é de melhor qualidade, o que significa que os alunos da escola pública não têm uma formação escolar tão boa quanto a dos estudantes das escolas privadas. E, ainda, acrescentam que se são essas pessoas de níveis sociais mais baixos que ocupam as funções docentes, jamais mudará a péssima imagem que se tem do professor, pois essas pessoas não conseguiriam passar uma imagem positiva da profissão. Se, mundialmente, a carreira docente já parece não ser tão atrativa, no Brasil, essa questão passa pela classe social (FUNDAÇÃO VICTOR Civita, 2009, p,62).

Em sua conclusão, o estudo explicita que é necessário que, urgentemente, sejam implementadas políticas que priorizem a valorização da profissão docente, contribuindo para que as pessoas que optam pela docência sejam preparadas adequadamente, tanto em sua formação inicial, como na formação continuada.

Igualmente, no ano de 2007, o trabalho elaborado por membros do Conselho Nacional de Educação, intitulado "Escassez de professores no ensino médio: soluções emergenciais e estruturais", apresentou, também, em sua conclusão que,

De forma resumida, observa-se que o número de jovens interessados em ingressar na carreira do magistério é cada vez menor, em decorrência dos baixos salários, condições inadequadas de ensino, violência nas escolas e ausência de uma perspectiva motivadora de formação continuada associada a um plano de carreira atraente (HINGEL, MURILIO et all., 2007, p. 16).

E o que fazer para tornar a profissão capaz de atrair as "melhores cabeças"? A questão salarial é importante, mas não é suficiente. "Nos sistemas mais avançados de ensino do mundo, a carreira é preenchida por profissionais de alto nível. Isso, e não os altos salários, é o que torna a profissão atraente"(GOULART, 2011). Essa é a posição do físico alemão Andreas Schleicher, diretor para educação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Não se pode negar, no entanto, que a atratividade de uma profissão passa, também, pelos seus níveis salariais.

Outro estudo que trata sobre a atratividade da carreira docente (LOUZADA, 2010, p.549) mostra as diferenças salariais entre professores de escolas públicas, trabalhadores de outras ocupações que exigem a mesma titulação no setor privado e no setor público e professores das escolas privadas, apresentando as médias no período de 1995 a 2006, provando que trabalhadores com níveis mais elevados de escolaridade, que poderiam ser atraídos para a carreira docente, encontram oportunidades de emprego com muito melhor remuneração no setor privado ou mesmo em outras ocupações no setor público.

A tabela 1 mostra que, em média, um professor na escola pública ganha 36,0% a menos do que outros trabalhadores qualificados no setor privado, 52,1% a menos do que os ocupantes de outras funções no setor público e 19,3% do que professores das escolas privadas.

TABELA 1 -
Diferenças salariais entre professores de escolas públicas e grupos

de comparação (médias para 1995 a 2006)


 


Fonte: PNAD/IBGE, 1995 a 2006 em Moriconi (2008) apud Louzano et all (2010, p. 549)

A tabela 2, por sua vez, mostra as diferenças salariais entre os mesmos grupos de comparação estimados por anos de experiência. A diferença, já significativa entre profissionais com até 2 anos de experiência ( 4,4% e 32,6% ), torna-se mais significativa entre indivíduos com 20 ou mais anos de experiência, sugerindo que, além de salários iniciais pouco competitivos, o magistério não parece promissor também a longo prazo.

TABELA 2 – Diferenças salariais entre professores de escolas públicas e grupos de comparação, de acordo com anos de experiência (para trabalhadores com educação superior)


Fonte: PNAD/IBGE, 2006 in Moriconi (2008) apud Louzana ett all (2010, p. 550).

Sobre os dados apresentados nessa tabela, revelando que, mesmo após vários anos de trabalho, os salários não são competitivos, vale a pena citar o depoimento de um aluno que participou da pesquisa realizada pela Fundação Victor Civita, citada anteriormente:

[...] porque se você se forma professor vai ser professor sua vida inteira com um salário que não oferece melhores condições e as reclamações de que não recebe pra isso, de que o salário é baixo vão diretamente para a cabeça dos jovens o que cria assim um mito que se for professor vai sofrer, vai ter uma vida ruim, perspectiva de vida nada, vai ser só aquilo. Antigamente ser professor era um bom emprego, tinha um bom salário, era reconhecido. Hoje não tem mais amor a essa profissão, a cultura não gerou nada pro professor ser um bom profissional, hoje se criou o mito de que ser professor é uma péssima profissão. (João, escola pública, Manaus).

Mas, em entrevista à Revista Veja, Schleicher (2011) questionou o fato de a questão salarial ser, muitas vezes, apontada como o maior obstáculo ao avanço da qualidade em educação, afirmando que, apesar de, em alguns países como o Japão e Singapura, existir um acompanhamento por parte do governo das variações de mercado, visando a certificar-se de que os salários dos professores são competitivos, na maioria dos países, os vencimentos dos professores são inferiores aos de outros profissionais graduados. No entanto, segundo ele, existem outras compensações que tornam o salário apenas "o pano de fundo" da questão. Uma delas é um plano de carreira em que o docente possa enxergar perspectivas em seu futuro. E complementa:

Se você disser a um jovem professor de matemática de 25 anos de uma escola primária que, daqui a 25 anos, ele continuará sendo a mesma coisa, ele não verá perspectiva em seu futuro. Os países bem sucedidos em educação promovem um ambiente que oferece novos horizontes ao professor, com crescimento profissional.

Entretanto, acreditamos que, nesses países em que os docentes percebem menores salários do que outros profissionais com a mesma titulação, a situação não é como a do Brasil, onde os professores ganham menos que os vizinhos da América Latina e muito menos que os colegas dos países que compõem a OCDE. A revista Nova Escola apresentou em seu site o gráfico abaixo que resume a situação salarial dos professores brasileiros em comparação aos seus colegas de alguns outros países do mundo.


 


Fontes: La Inversión Educativa en América Latina y el Caribe e Education at a Glance 2007 apud Paganotti, 2010 (Dados de 2005).

Obs: o dólar PPP (poder de paridade de compra) é um fator de conversão que considera o poder de compra da moeda no país e não o câmbio.


 

Como tornar atraente a "carreira" de professor com os salários iniciais tão defasados em relação às outras profissões? Como desejar que "só os melhores ensinem" com a pouca atratividade dos salários dos professores? Existe no magistério a noção de carreira profissional, ou a ascensão profissional do professor é, no máximo, continuar a ser professor? A carreira do professor se enquadra, para a maioria dos profissionais, na definição de que carreira é um "conjunto de atividades levadas a cabo por uma pessoa para prosseguir e dirigir o seu caminho profissional, (...), de forma a atingir o mais elevado nível de competência e de contrapartidas hierárquicas, sociais ou políticas"? (SEKIOU, 1993, p. 408 apud ALMEIDA et all, [S.d], p.2). Quais são as "contrapartidas hierárquicas, sociais e políticas" destinadas ao professor ao longo de sua carreira profissional?

Em função dessa realidade, o que temos é a situação representada na tabela 3 em que fica evidente que o magistério no Brasil não está atraindo os melhores alunos. Em Louzana et all (2010) foi feita um levantamento das características de alunos do curso de engenharia comparando-as com os do curso de pedagogia, concluindo-se que a maioria dos alunos do curso de pedagogia (80%) são oriundos de escolas públicas, a escolaridade materna de 50% dos alunos é, no máximo, a 4ª série do ensino fundamental, 48,5% das famílias têm renda até três salários mínimos e apenas 27% dedica-se integralmente ao curso. Enquanto isso, entre os alunos do curso de engenharia, 55% são egressos de escolas privadas, a escolaridade materna de 30% é em nível superior e 35%, ensino médio, apenas 12% das famílias têm renda familiar de até três salários mínimos e 47% dedica-se integralmente ao curso (Tabela 5).


Fonte: Enade/Inep, 2005, apud Luzana et all ( 2010, p. 553)

Ora, de acordo com as avaliações realizadas no Brasil (Ideb, Enem, Enade, Pisa, Paebes e outros), os alunos das escolas públicas têm desempenho inferior aos alunos das escolas privadas; vários estudos apontam que a escolaridade materna e a renda familiar têm forte correlação com o desempenho dos alunos (LOUZANA, 2010); além disso, o fato do aluno trabalhar pode indicar que a dedicação aos estudos é menor do que aquela dos alunos que não trabalham. Assim, embora a pesquisa não faça inferências sobre o desempenho dos alunos dos cursos de pedagogia, "os dados lançam luz sobre o perfil dos indivíduos atraídos para a carreira docente no Brasil e a associação entre essas características e o desempenho acadêmico" (LOUZANA, 2010, p. 553).

O perfil dos estudantes de cursos destinados à formação de professores também é abordado no Relatório apresentado pela Fundação Victor Civita sobre a atratividade da carreira docente no Brasil. Baseando-se em dados do Censo Escolar de 2007 (Inep/Mec), além de o trabalho enfatizar a redução de alunos formados em licenciatura, ele aponta a mudança de perfil dos alunos que buscam a profissão.

E, o perfil sócio-econômico de quem escolhe o magistério mudou nos últimos anos, sendo a maioria pertencente a famílias das classes C e D. Além disso, pelos resultados consolidados nas análises do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM - INEP/MEC, 2008) são alunos que têm dificuldades com a língua, com a leitura, escrita e compreensão de texto, a maioria proveniente dos sistemas públicos de ensino, que tem apresentado nas diferentes avaliações um baixo desempenho. Em resumo, trata-se de alunos que tiveram dificuldades de diferentes ordens para chegar ao ensino superior. São estudantes que, principalmente pelas restrições financeiras, tiveram poucos recursos para investir em ações que lhes permitissem maior riqueza cultural e acesso a leitura, cinema, teatro, eventos, exposições e viagens. E, essa mudança de perfil, trouxe implicações para os cursos de licenciatura que estão tendo que lidar com um novo background cultural dos estudantes ( FUNDAÇÃO VICTOR CIVITA, 2009, p.14).

A pesquisa cita, ainda, outros estudos que apresentam dados semelhantes a esses, como é o caso de Marin&Giovanni (2006, 2007) e André e colaboradores (2009). O primeiro estudo, "A precariedade da formação de professores para os anos iniciais da escolarização: 35 anos depois do início da formalização de novos modelos", explicita a precariedade das condições de domínio dos conteúdos básicos de leitura e escrita pelos professores, conteúdos esses que deverão ser ensinados aos alunos.

O outro estudo, o relatório final de pesquisa do projeto "O trabalho docente do professor formador", envolveu a participação de quatro universidades, públicas e privadas, de diferentes regiões do país, onde foram consideradas as entrevistas realizadas com professores de cursos de licenciatura, que explicitaram que, principalmente no caso das instituições privadas, observa-se, de modo geral, a falta de preparo adequado dos estudantes, principalmente quanto a capacidade de leitura, escrita e compreensão de texto, além da falta de domínio dos conhecimentos básicos da área em que esses estudantes vão atuar.

A Revista Nova Escola publicou uma série de reportagens sobre o estudo da Fundação Victor Civita, trazendo, em uma delas (Porque a docência não atrai) que, no vestibular da Fuvest- Fundação Universitária para o vestibular, que realiza o maior vestibular do país, envolvendo mais de 140.000 candidatos, a relação candidato/vaga dos cursos de pedagogia e de licenciaturas é uma das mais baixas. E cita os números do ano de 2010: em medicina, que apresenta a maior relação candidato/vaga, o número é de 41,7, seguido pelo curso de Publicidade, 39,7, e Relações Internacionais com 37,5. O curso de pedagogia está em 90º lugar com 4,2 candidatos por vaga. O curso de Letras está em 93º lugar com 3,8 candidatos por vaga e o curso de Matemática em 107º lugar com apenas 2,5 candidatos por vaga.

No Estado do Espírito Santo, no vestibular-2011 da Universidade Federal do Espírito Santo, os cursos que apresentaram a maior relação candidato/vaga foram: Medicina, com 69,4 candidatos por vaga; Direito, com 30,5 candidatos por vaga, EngenhariaCivil com 23,6; Psicologia com 19,0 e Arquitetura e Urbanismo com 18,9.

Os cursos destinados à formação de professores apresentaram a seguinte relação candidato/vaga, considerando-se apenas as turmas com funcionamento diurno, no Campus de Vitória: Licenciatura dupla Português/ Espanhol com 2,3 candidatos por vaga; Ciências Sociais com 2,5 candidatos por vaga; Química com 2,7 candidatos por vaga; Artes Visuais, com 2,9 candidatos por vaga; Física e Filosofia (só são oferecidos no turno noturno) com 3,3 candidatos por vaga; Música com 3,9; Letras Português e História com 5,0; Geografia com 5,1; Pedagogia com 6,2; Matemática com 7,7; Educação Física com 8,8; Ciências Biológicas com 11,8 (nos cursos oferecidos em Alegre e São Mateus, as relações candidato/vaga foram, respectivamente, 3,9 e 4,3).

E mais: entre os 13 menores números representativos da relação candidato/vaga, 10 foram de cursos que formam professores.

E os alunos que ingressam nos cursos destinados à formação de professores? Quais são os seus resultados em comparação com outros cursos?

Verificamos os resultados dos alunos aprovados no vestibular 2011 da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) nos 5 cursos que apresentaram maior concorrência e nos cursos de licenciatura, com funcionamento no Campus de Vitória, no turno diurno, elaborando a tabela 6, que traz a menor e a maior pontuação obtida em cada um ( pela sua importância, no curso de Pedagogia, incluímos também os resultados dos alunos do turno noturno).

Tabela 6: Menor e maior pontuação obtida no vestibular da UFES em 2011.

CURSOS 

MENOR PONTUAÇÃO 

MAIOR PONTUAÇÃO 

MEDICINA 

41,17 

44,87 

ENGENHARIA CIVIL  

34,17 

41,32 

ARQUITETURA E URBANISMO 

25,37 

37,52 

DIREITO 

31,99 

37,29 

CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 

22,52 

36,12 

HISTÓRIA 

22,02 

36,85 

LETRAS INGLÊS 

21,72

35,97 

LETRAS PORTUGUÊS 

18,65 

40,72 

GEOGRAFIA

17,27

29,40

PEDAGOGIA (diurno)

PEDAGOGIA (noturno) 

16,40

10,15 

26,67

29,56 

MÚSICA

15,37

29,80

CIÊNCIAS SOCIAIS

13,34

37,39

FILOSOFIA (SÓ NOTURNO)

12,90

30,85

LETRAS PORTUGUÊS/FRANÇÊS

12,57

32,42

EDUCAÇÃO FÍSICA

12,30

27,05

QUÍMICA

12,17

28,67

FÍSICA (SÓ NOTURNO)

10,35

27,20

ARTES VISUAIS

10,02

24,67


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 

Fonte: gazetaonline, 4 fev. 2011.

É com esses resultados que alunos estão ingressando nos cursos de licenciatura. É possível atrair os melhores alunos com tão pouca concorrência? E é possível deixar para trás os índices sofríveis que o país tem obtido nos exames nacionais e internacionais com esses resultados obtidos pelos futuros professores?

"Um sistema de educação jamais excede a qualidade de seus professores". Essa é a máxima utilizada por especialistas que defendem a seleção e a preparação adequada dos professores, para que os países com índices insatisfatórios em educação possam superá-los, mudando a sua posição nos rankings internacionais e contribuindo para que a sua população receba uma educação de qualidade. Mas antes da seleção é necessário atrair essas pessoas, e é isso que o Relatório Mackinsey identificou em seu estudo:

Os melhores sistemas educativos conseguem atrair os mais aptos para o sistema e conseguem-no tornando a formação do professor altamente seletiva, desenvolvendo processos de seleção eficientes para selecionar as pessoas certas para serem professores e pagando uma boa compensação inicial (How the world´s best-performing school systems come out on top September 2007).

Na Coreia do Sul, os professores são recrutados entre os primeiros cinco por cento classificados, enquanto a Finlândia recruta os primeiros 10% e Hong Kong e Singapura os primeiros 30%. E, segundo o estudo, os sistemas menos eficazes, como é o caso do Brasil, "raramente atraem as pessoas certas para o ensino"(Relatório McKinsey, 2007), até porque os professores têm sido selecionados, na maioria das vezes, entre os piores classificados.

Mas, no Brasil, além dos salários pouco atraentes, pesa, também, na opção dos melhores candidatos à função de professor, a precariedade das escolas: são escolas sem bibliotecas, sem pátio, sem banheiros, sem material escolar apropriado, sem refeitório, sem merenda. Escolas com um computador por aluno e escolas sem livro didático, sem carteiras. Escolas que caem sobre os alunos e às vezes matam os alunos. Escolas que têm que diminuir o número de alunos para utilizar uma das salas de aula como "laboratórios de informática", que nada mais são do que um amontoado de computadores. Escolas com salas de aula nas quais é impossível ao professor o desenvolvimento de qualquer estratégia de ensino a não ser o famoso "cuspe e giz".

É lógico que existem as escolas modelo, mas elas não são suficientes para mudar a realidade educacional do país. E, muitas vezes, o que se verifica é a situação retratada nas páginas do jornal "A Gazeta" de 24 de julho de 2010, em que, em uma mesma página, a de número 5, foram publicadas duas notícias: a primeira com o título "Alunos de Vitória podem terminar o ano sem livros" , e a outra "Em agosto Laptops para nove escolas estaduais."

Além disso, as notícias veiculadas pela imprensa local nos dão a ideia do que os professores e alunos têm que enfrentar na sua labuta diária e nos dão a certeza de que a profissão realmente não é atrativa.

Só para exemplificar, algumas das notícias:

-Jornal "A Gazeta" de 9 de abril de 2011: "Até caixão no meio de entulho em escola".

A quadra do Caic de Barra de Itapemirim, em Marataízes, litoral sul do Estado, está desativada há pouco mais de um ano. O teto ameaça cair, a fiação está exposta, e, bem no centro há um amontoado de carteiras escolares enferrujadas e móveis estragados. Para completar o cenário que destoa de um ambiente de aprendizado, no meio dos entulhos foi encontrado até um caixão de criança aberto, envolvido num papelão.

A escola, apesar disso, está em atividade e conta com cerca de 500 alunos convivendo com a falta de segurança. O secretário de educação, segundo a reportagem, parece não estar muito preocupado com a situação, pois, apesar de a quadra estar desativada a mais de um ano, ele não tem previsão do início da reforma.

- Jornal "A Gazeta" de 13 de abril de 2011: "Pais querem interditar escola em
Jacaraípe".

Moradores de Jacaraípe, na Serra, fizeram uma manifestação para protestar contra as condições da Escola Centro de Jacaraípe, em reforma há seis anos. Eles afirmam que, preocupados com a segurança dos estudantes, querem pedir ao Corpo de Bombeiros e à Defesa Civil uma avaliação para interdição da unidade.

E segundo pais de alunos salas de aula já foram até interditadas, mas nada tem sido feito para resolver a situação.

- Jornal "A Gazeta" de 15 de outubro de 2010: "312 casos de violência em escolas de Vitória".

Só no primeiro semestre de 2010, a Secretaria de Segurança de Vitória registrou 312 ocorrências de violência nos arredores dos colégios (entre eles e a 150 metros de distância). Em relação ao mesmo período, do ano passado, são 29 casos a mais – foram 283 ocorrências.

-Jornal "A Gazeta" de 19 de março de 2011: "Governo terá de reconstruir escola do Norte".

Dessa vez, trata-se de uma Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público Estadual requerendo que o Governo do Estado reforme ou construa uma nova unidade de ensino em Barra do Riacho, Aracruz, no prazo de 120 dias, devido as condições precárias da Escola Estadual Caboclo Bernardo. E mais:

Um dia depois de pais e alunos terem protestado em frente à unidade contra as condições precárias de infraestrutrura, alunos tiveram que ser retirados às pressas da escola, na manhã de quinta-feira, pois havia o risco de desabamento do telhado em uma das salas.

- Jornal "A Gazeta" de 18 de março de 2011: "Estruturas precárias deixam 700 sem aulas".

Desta vez, foi a Defesa Civil do município da Serra, que interditou a Escola Municipal Américo Guimarães, localizada em Carapina, que, segundo a notícia, "está com toda a estrutura comprometida".

-Jornal "A Gazeta" de 18 de fevereiro de 2011: "Toldo desaba em creche municipal de Vitória".

Felizmente ninguém saiu ferido, ao contrário do que ocorreu no município de Cariacica e noticiado pelo jornal "A Gazeta" de 2 de dezembro de 2010, com a manchete que causou comoção em todo o Estado: "Morte na creche: de quem é a culpa?".

E a notícia:

Duas crianças mortas, sete feridas e pelo menos uma certeza: não foi uma fatalidade. Ainda não se sabe o que causou o desabamento do telhado do refeitório do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Amélia Virgínia Machado, em Cariacica, quatro anos após a inauguração da unidade. O desabamento aconteceu por volta das 13 horas, momento em que os alunos de uma turma cantavam e participavam de uma atividade lúdica ( o grifo é nosso).

A unidade escolar tinha sido inaugurada em novembro de 2006 e tinha 127 alunos.

-O jornal "A Gazeta" de 16 de março de 2011: MP vistoria e encontra estrutura precária em escolas".

Parques sucateados ou inexistentes, prédios com rachaduras e salas de aula com infiltração, além de infraestrutura inadequada para a educação infantil. Foi nessas condições que o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) encontrou escolas de Anchieta no Litoral Sul do Estado, após dois dias de vistorias na rede municipal de ensino.

Segundo o jornal, duas creches e 4 escolas de ensino fundamental foram vistoriadas, e, em uma das escolas os alunos tiveram que ser transferidos devido as condições precárias do prédio que colocavam a vida das crianças em perigo.

-O jornal "A Gazeta" de 1º de março de 2011: "Escolas estão na mira do MPES".

Problemas estruturais, como rachaduras e infiltrações, locais mofados e, principalmente, salas de aula muito quentes em escolas de Guarapari estão na mira do Ministério Público Estadual (MPE).

O saldo das inspeções foram três notificações à prefeitura, duas ações públicas ajuizadas contra o município, (envolvendo 5 escolas) e uma contra a Secretaria Estadual de Educação. Felizmente, para os alunos, professores e a comunidade, finalmente, a Escola de Ensino Médio Dr. Silva Mello foi fechada pela Secretaria de Educação, graças à ação do Ministério Público.

- Jornal "A Gazeta" de 15 de abril de 2011: "MP pede interdição de escola".

Inaugurada a pouco mais de dois anos, a Escola Municipal Maria Veloso Calmon, no bairro Camuruji, em Guarapari, já apresenta problemas sérios em sua estrutura, segundo aponta uma ação do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) contra a prefeitura. O documento pede a interdição da unidade.

Foram encontrados, na escola, problemas como rachaduras e infiltrações. A escola foi inspecionada também em dezembro do ano passado, quando foram constatadas falhas estruturais. Foi dado um prazo de 60 dias para a prefeitura corrigir os problemas, mas nada foi feito.

Bem, pelo menos neste ano, não foram relatados casos de escolas sem carteiras, como aconteceu no ano passado na Escola Agenor de Souza Lé, situada no bairro Divino Espírito Santo, em Vila Velha, e noticiado pela Gazeta, no dia 10 de março de 2010 ("Escola de Vila Velha sem carteiras para os alunos").

E as disparidades dentro do sistema público de ensino, entre escolas situadas em bairros ou municípios "mais nobres" que oferecem melhor infraestrutrura e aquelas situadas em bairros humildes?

São essas e muitas outras as situações que são enfrentadas pelo professor. Situações que não cabem a eles resolver. No entanto, são eles que, no dia a dia das instituições, têm que oferecer soluções paliativas que amenizem as consequências da incompetência e descaso dos governantes. São também essas situações que fazem com que o magistério se afigure como uma profissão pouco atrativa. Mas, parece-nos que essas situações não são aquelas consideradas prioritárias para os governantes.

Recentemente, em 3 de março deste ano, foi publicada no Diário Oficial da União, a Portaria Ministerial nº. 3 que institui, no âmbito do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (INEP), a Prova Nacional de Concurso para o Ingresso na Carreira Docente. O objetivo da Prova é o de subsidiar a admissão de docentes para a educação básica no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, podendo, as informações coletadas serem usadas exclusivamente para fins de seleção em concursos públicos, mediante adesão.

No Estado do Espírito Santo, as redes estadual e municipais ainda estão avaliando a utilização do processo seletivo unificado.

Ora, segundo informações, a implementação dessa prova nacional faz parte de uma estratégia de selecionar, de maneira mais adequada, os professores. Mas as pessoas que vão se inscrever nessa prova são as mesmas que se inscreveriam nos concursos estaduais e municipais, com as mesmas carências e dificuldades!

Os países que estão no topo do ranking mundial na área de educação iniciam a seleção dos professores antes mesmo que eles ingressem no curso superior. É o caso de Cingapura e da Finlândia onde os cursos de formação de professores são limitados e os candidatos passam por uma seleção rigorosa antes de serem admitidos como estudantes. A competitividade faz com que, em ambos os países, o magistério seja uma profissão de status elevado e, como as vagas são poucas, os fundos destinados a cada professor em treinamento são generosos. E assim eles conseguem atrair para a Faculdade de Educação os alunos classificados entre os melhores.

Assim, consideramos que, se o Brasil deseja sair da posição que ocupa durante anos a fio nas avaliações internacionais, é necessário atrair para o magistério os alunos mais bem classificados em estudos anteriores.

Estudos feitos no Tennessee e em Dallas mostraram que, se alunos de capacitação média forem entregues a professores que estão entre os 20% mais competentes de sua profissão, terminam se posicionando entre os 10% de estudantes com melhor desempenho; caso os professores que os ensinam venham dos 20% menos competentes, os alunos terminam entre os 10% de pior desempenho (Relatório Mckinsey, 2007).


 

O magistério precisa dos mais aptos. Mas, se ele não os tem é porque a administração pública não tem transformado em ações adequadas a preocupação (se ela existe!), com os baixos índices educacionais do Brasil. Não tem aproveitado, de maneira satisfatória, os resultados das avaliações nacionais e internacionais sobre a educação no país.

Nas palavras do professor Haroldo Corrêa Rocha, ex-secretário Estadual de Educação do Estado do Espírito Santo,

Precisamos de escolas com melhor estrutura física, com diferentes ambientes pedagógicos e com diretores preparados para o desafio de uma gestão profissionalizada, democrática e competente. Mas, precisamos, sobretudo, de educadores qualificados, bem remunerados e com autoestima elevada, motivados a criar condições para que todas as crianças sejam plenamente alfabetizadas e passem a ter prazer em buscar, de forma incessante, o conhecimento (Rocha, 2011).

Mas esperamos que, na busca pela qualidade em educação os governantes não levem em consideração opiniões como a de Gustavo Ioschpe, cientista político, que em um dos seus artigos ("Mudar os professores ou mudar de professores"), questiona os resultados do Relatório MCkinsey , sugerindo que salários atraentes para os professores não irão influenciar os seus desempenhos. Na verdade, acreditamos que ele não entendeu o conteúdo do Relatório, principalmente ao sugerir uma "trégua na discussão educacional". E essa trégua consiste em começar pelas soluções baratas e simples, e, somente se elas não funcionarem, é que as propostas "mirabolantes e caras" deverão ser consideradas.

Ora, senhor Gustavo, o Brasil não tem mais tempo para aquelas "soluções caseiras e de pouca densidade" (e baratas!) a que se refere o Professor Arnaldo Niskier (2010), com a opinião de que tem o peso de uma vida dedicada à educação. O seu desafio é que deve ser considerado: "Conviria que nossos técnicos procurassem estudar as soluções encontradas pelos países que se encontram à frente. Seguramente terão grandes surpresas". (NISKIER, 2010, p.6).


 

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UFES divulga lista de aprovados no vestibular 2011. gazetaonline, Vitória, 4 fev 2011. Disponível em: <http://gazetaonline.globo.com/_.../2011/.../765833-ufes+divulga+lista+de+aprovados+no+vestibular+2011.html>. Acesso em: 15 mar.2011.

VAGAS para auditor fiscal no Rio. A Gazeta, Vitória, 12 fev. 2011, p. 15.

VAGAS no interior com salários de até R$ 3,6 mil. A Gazeta, 10 fev. 2011, p. 17.